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Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, fá-lo também aqui na tua terra". Acrescentou depois: "Em verdade vos digo, nenhum profeta é bem recebido na sua pátria". São Lucas, IV, 23-24
103 anos de "república" (república entendida como sistema de governo, e não como a administração do bem comum) traduziram-se no ocaso da memória colectiva dos nossos condidadãos. Hoje, dia 5 de Outubro, nós, portugueses, deveríamos estar a celebrar a assinatura do tratado de Zamora, que crismou, como é sabido, a independência do reino de Portugal. Mas, em vez disso, o motivo das nossas celebrações é uma data que. bem vistas as coisas, carreou a destruição inapelável das tradições mais arraigadas da grei portuguesa. O indício mais forte do nosso decaimento vê-se, precisamente, no desprezo que, ironicamente, o grosso do nosso povo vota às datas matriciais da Nação. O 5 de Outubro é, por conseguinte, uma espécie de data mítica, sob a qual, com uma certa dose de prestidigitação, germinou o "Portugal Novo" moderno e progressista. A história, com as suas costumeiras vicissitudes, tem-se encarregado de desmentir o dogmatismo republicano, colocando a nu as falácias de uma mundividência que falseia impudentemente. Portugal decaiu, mas continua, felizmente, de pé, à espera do levantamento das suas gentes, sobretudo, daqueles que não baixam os braços, e que não esquecem, afortunadamente, os seus antepassados. Foi este o espírito que animou as famosas Cortes de Lamego, que culminaram com o Grito de Almacave: Nos liberi sumus, Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt. Fomos e somos livres, mas falta-nos cumprir Portugal.
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